segunda-feira, 19 de abril de 2010

Resumo do Filme

O filme revela que as pessoas quando ficam obstinadas por um objetivo, no caso do filme uma carreira brilhante, negligenciam seus valores éticos, morais e ficam cegas perante as pessoas que as cercam ou o mundo.A sociedade neoliberalista enche os olhos com ilusões e armadilhas. Entretanto as pessoas por natureza têm o direto ao livre arbítrio, isto é, deixar a obsessão da vaidade, da ganância para lutar pelo que é justo e correto ou pelo amor. O que não ocorreu no filme, visto que o personagem principal seguiu seus objetivos a tal ponto que tornou-se impossível retornar sua vida ao ponto de partida, virando uma obsessão ter mais e ir até as ultimas conseqüências, ao invés de ser.Casos como este, mesmo que os outros avisem, que os fatos sejam claros e até evidentes, as pessoas neste caminho não percebem ou ignoram.Contextualizando com o ambiente de trabalho é comum deparar-se com trabalhadores insatisfeitos e cheios de reclamações para com a empresa. Porém se for verificar a rotina de cada um deles será possível perceber a inércia em que se encontram, sem busca de aprimoramento ou qualquer outro tipo de investimento pessoal.Eles culpam seus patrões, a sociedade, mas jamais pensam em qualificar-se para só então sair da posição que se encontram, tal qual o filme os funcionários em questão culpam os outros pelos sus erros cometidos e nunca a sim mesmos, neste sentido de culpa o personagem também delega aos outros o fracasso e nunca a si.Um fato exagerado do filme foi levar todas as convicções ao extremo. Não precisamos ser os primeiros sempre.Um fato positivo do filme é as pessoas procurarem sua competência profissional, para serem profissionais realizados, lembrando, sem esquecer seus valores éticos e sua família.


"A vaidade é o meu pecado favorito"O filme revela a estratégia de satanás: controlar estruturas econômicas, políticas e jurídicas. Ele faz isto enredando homens que por causa de sua vaidade pessoal são atraídos a esquemas ilícitos. Na sua busca de poder,dinheiro e sexo o homem vai anestesiando gradativamente sua consciência edestruindo sua família.Em duas ocasiões somos surpreendidos por esta fala de Milton: - "a vaidade é o meu pecado favorito". De todas as fraquezas humanas a vaidade é que ele melhor conhece e mais explora.A vaidade é filha do orgulho que é a raiz de todos os pecados. Orgulho é essencialmente destronar Deus do coração e colocar o "eu" no seu lugar. É o próprio pecado de Satanás, o primeiro pecado (Is 14.12-15), como também a tentação a que Eva sucumbiu: "sereis como Deus" (Gn 3.2-4). Foi a tentação do orgulho e autonomia de Deus que Jesus enfrentou no deserto (Mt 4.1-11).Caímos na tentação do orgulho cada vez que deliberadamente descartamos a vontade de Deus para fazer o que nos agrade. É em si mesmo um pecado, mas também a fonte de todos os outros pecados.O orgulho se expressa através de todas as formas de auto-suficiência e idéias amplificadas de suas próprias habilidades, virtuais e importância, sempre comparadas com os outros que são considerados inferiores. O orgulho nos leva ao desejo de ser admirados, estar no centro das atenções, ser sempre acatados nos nossos julgamentos, ser respeitados nas nossas opiniões, e de impor sempre nossa vontade aos outros, nunca sendo contrariados.O orgulho tem três filhas: a presunção, a ambição e a vaidade.A presunção é o desejo de coisas elevadas demais para si e se expressa no alarme contínuo de virtudes próprias e uma forte camuflagem dos defeitos. A presunção pode ser espiritual quando nos consideramos mais crentes do que todos. Intelectual, quando profissional nos julgamos mais capacitados do que todos os outros.A ambição é o desejo incontrolável de honra, autoridade e bens materiais. O homem ambicioso não suporta ter um papel secundário, ou uma posição subalterna, e freqüentemente ele não tem escrúpulos no que diz respeito aos direitos dos outros.A vaidade é o desejo obsessivo de ter uma boa reputação, que os outros nos tenham sempre em elevada consideração e pensem bem de nós. O vaidoso quer sempre criar uma boa impressão, quer aparecer bondoso e eficiente e detentor de elevados ideais, sempre dando exemplo de si mesmo com referencial de conduta correta.O orgulho não consegue ficar na dor do nada. Tampouco é capaz de admitir suas falhas. Veste-se da onipotência e da onisciência, e o que realiza não é motivo pelo prazer, mas necessidade de provar seu valor e busca de afirmação.Na espiritualidade clássica cristã o orgulho da lista dos sete vícios capitais: orgulho, ira, lascívia, gula, avareza, preguiça e inveja. Assim os pecados capitais são vistos como vícios, isto é, não apenas acidentes de percurso, mas atitudes enraizadas no nosso ser e no nosso caráter. Pecados que nos controlam e dos quais não podemos nos livrar. Nos tornamos viciados no orgulho, ou algum outro pecado capital. A boa notícia do Evangelho é que "o pecado não terá domínio sobre vós" e assim "não reine, portanto o pecado em vossos corpos de maneira que obedeçais as suas paixões", Rm 6.14 e 12. Ao reconhecer esta fraqueza no nosso caráter podemos admiti-la emconfissão e buscar, através da leitura bíblica, da oração e dos exercícios, desenvolver a virtude da humildade.Crescer na humildade é a única maneira de fazer face ao vício do orgulho. Humildade vem do latim "humus" que significa solo fértil. Como escreve Anthony Bloom é "o estado da terra", sempre perto de todos, desvalorizada, pisada, não notada. Ela está ali silenciosa, na esperança, transformando tudo em nutrientes poderosos para gerar vida. A humildade é deixar-se usar pelos outros, amar, servir como Cristo que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos, (Mc 10.45).Que possamos viver a nossa fé, com discernimento das forças interiores e exteriores que insidiosamente nos seduz e nos atraem para o mal e para longe de Deus. Que assim possamos viver a nossa fé absolutamente firmada no Cordeiro de Deus, resistindo ao mal e ao pecado e exercitando o bem e a virtude.O diabo por trás de uma sociedade caídaPara nós cristãos, que sabemos da existência pessoal e concreta do diabo, o filme nos oferece um retrato preciso de sua personalidade e sua atuação no mundo.Milton é a caracterização contemporânea do mal que atua nas estruturas sociais, econômicas e políticas, com uma ênfase especial no mundo jurídico.No livro de Apocalipse estas realidades estão descritas nocapítulo 13 com a Besta e a grande Babilônia.A Besta é a personificação do diabo no seu desejo de controlar o mundo, usando homens para tal fim. No desfecho da história ele mesmo assume as prerrogativas de uma liderança mundial através do anti-Cristo. O palco do diabo é o de dominar o mundo através de ardilosos esquemas políticos e econômicos que num primeiro momento trazem paz e prosperidade. Ele é apoiado pelo falso-profeta que incita um movimento religioso através de grandes sinais e prodígios.A Besta está por trás da Babilônia, uma sociedade e civilização sem Deus, cheia de brilho e sedução, que atrai para si homens do mundo inteiro através do poder, do dinheiro e do sexo. A Babilônia não é um lugar geográfico, mas um sistema, como a Roma imperial antiga, a Berlim nazista, a Moscou da KGB, ou cidades capitalistas. Sistemas dominados pelo príncipe das trevas que descartam Deus, desumanisam o homem, controlando estruturas sociais, mediáticas, econômicas, sem ética e princípios. A Vitória de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus.O que o filme não mostra é que apesar do poder deste esquema maligno, aparentemente invencível, na realidade ele é o lado derrotado na História. O diabo, anti-Cristo e o falso profeta e a babilônia são realidades que nos cercam a quem devemos resistir. No filme vemos a impotência da mãe de Lomax, crente consagrada, mas que diante da situação de luta espiritual enfrentada pelo filho nada pode fazer. Vemos no confronto final um Lomax que, embora criado no Evangelho e conhecedor das Escrituras, se vê absolutamente impotente diante do diabo, restando como única opção o suicídio.Por mais cruel, perverso e aparentemente invencível que este sistema se apresente ao longo da História, a palavra final de Deus é que eles serão derrotados pelo Cordeiro. Assim lemos na Palavra:" Caiu, caiu, a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie imunda e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável." Ap. 18.2" Por isso em só dia sobreviverão os seus flagelos, morte, pranto e fome, e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor que a julgou." Ap. 18.8 " O diabo o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde também se encontraram não só a besta, com o falso profeta e serão atormentados de dia e de noite pêlos séculos dos séculos." Ap. 20.10 " Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio de sua praça de uma e outra margem do rio, está a árvore que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para cura dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e nas suas fronteiras está o nome dele. Então já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles e reinarãopelos séculos dos séculos." Ap. 22.1-5Para terminar é necessário afirmar que o filme omite algo essencial. Pois tendo mostrado tão bem a impotência do homem frente ao poder e atuação do diabo, faltou anunciar que na sua graça proporcionou à pessoa uma alternativa em Cristo Jesus. Este é o anúncio do Evangelho que convida os homens a se reconciliarem com Deus, e assim serem vitoriosos em Cristo Jesus.Cabe a pessoa escolher de que lado ele quer ficar e quem ele vai ser. Desta decisão também depende seu destino eterno.

Um comentário:

  1. Muito importante a abordagem feita pelo autor do resumo!
    Entretanto, ao meu ver, poderia ter explorado um pouco mais a faceta jurídica do filme...
    Mesmo assim, foi muito bem destacado o viés obsessivo de Lomax em busca da satisfação pessoal, através do reconhecimento do seu sucesso profissional e consequentes frutos em status, fama, poder e riqueza. Fatores conquistados a um preço altíssimo que, ao final, o levou à ruína.

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